20.12.05

às vezes...

...às vezes não damos valor às pessoas... aquelas pessoas que estão ali ao nosso lado... sempre! Aconteça o que acontecer... Achamos que é um dado adquirido que elas estejam sempre ali. Mas não é. Por um motivo ou por outro às vezes as pessoas mudam de lugar, de estado ou de posição. Deixam de estar ali. E aí sentimos a falta delas. Aí pensamos em tudo o que fizemos ou não fizemos ou que deveríamos ter feito para que ela estivesse sempre ali. Ao nosso lado.

O Natal

"O Natal não é um momento, nem uma estação, mas um estado de espírito. Valorizar a paz, a generosidade e ter graça, é compreender o verdadeiro significado do Natal." Calvin Coolidge

13.12.05

O Pai Natal

Gostava de voltar a acreditar no Pai Natal... no conceito de que quando nos portamos bem recebemos um presente, senão teríamos que nos redimir e esperar pelo próximo ano. Se assim fosse, acredito que haveriam muitos presentes por dar ou melhor, só se dariam a quem realmente merecesse. Mas também acredito na minha família, nos meus amigos nas pessoas que amo, acredito que gostava que o Natal fosse bem mais simples. Sem confusões. Todos juntos. Um dia bem passado, sem correrias de lá para cá, de cá para acolá, trocar presentes apenas porque assim manda a tradição... Porque assim foram ditadas as regras...
Estarmos todos juntos porque apenas queremos estar. Porque nos sentimos bem com os que amamos. Porque nos bons e nos maus momentos sempre estivémos e estaremos ali. E porque durante todo o ano fizémos o que pudemos para estarmos felizes e para deixar quem nos rodeia, ou quem apenas se cruza no nosso caminho, mais feliz. Porque nos sentimos bem e não porque enfeitámos a nossa casa com decorações e luzinhas de natal.

26.11.05

Crescer

É difícil crescer... perder a inocência que nos caracteriza enquanto somos crianças. Deixamos de acreditar. Hoje recebi uma notícia que me fez pôr em causa tudo aquilo que somos e fazemos. Como num segundo perdemos todos os sonhos que fomos construindo. Acredito que tudo na vida acontece porque tem que acontecer. Mas às vezes é difícil pensar assim... porque há coisas que não deviam acontecer.
As coisas deviam funcionar ao contrário. Nascíamos velhos e íamos ficando crianças. Porque assim como é vamos "desaparecendo". Deixamos de ser quem éramos. A vida torna-nos diferentes. Ou indiferentes. Provoca-nos mazelas e feridas que ficam para sempre abertas... bem escondidas e guardadas num cantinho. E tentamos passar à frente. Refugiando-nos nas memórias e recordações com que ficamos para tentar apaziguar a dor. Dor de lembrar e dor de esquecer.

25.11.05

Amizade

Ontem fiz mais um ano. Tive um dia muito bom. Senti-me amada. Senti que continuo a ser aquela menina que treme de nervos e de emoção a cada vez que o telefone toca para mais um amigo me fazer sorrir. Obrigada a todos. Pelo brilho que deram aos meus olhos.

22.11.05

Mas afinal?

É terrível a sensação de vazio. Vazio no sentido de ilusão. Querer mais. Alguém uma vez me disse que eu nunca iria ser extraordinariamente feliz. Feliz, sim. Mas não nunca seria o bastante. Porque eu iria sempre exigir mais. De mim, dos outros, do mundo. Pergunto-me se não será verdade. A felicidade não é, nem pode ser algo que procuremos incessantemente. Devemos ficar felizes com as pequenas coisas que nos dão prazer. Com as pequenas coisas que nos vão acontecendo ao longo do dia. Com alguém que me diz "gosto de ti". Mas eu quero sempre mais. Uma felicidade perfeita. A frustação é saber que ela não existe. Mas então pergunto-me. Porque é que não consigo sentir isso mesmo?
Os momentos felizes acontecem. Eu sinto-me feliz. Eu estou mesmo feliz... mas parece que falta sempre algo. E quando me dizem que eu não acredito em mim pergunto-me até que ponto não terão razão... e não será isso que me impede de avançar.

21.11.05

Há dias dificeis

... em que temos que tomar decisões. Virar à direita ou à esquerda... Seguir em frente ou voltar para trás... Decisões essas que modificam todo o rumo da nossa vida. Pequenas e simples ou grandes e difíceis mas que tudo podem alterar. Ou não. E depois da difícil questão tentamos sempre convencer-nos que fizemos a escolha certa. Mas de uma coisa eu tenho a certeza... só o tempo o dirá. E mesmo esse que nós julgamos estar sempre do nosso lado, normalmente está contra nós. E nem sempre se revela um bom conselheiro. É difícil fazer escolhas. Branco ou preto? Azul ou verde? Principalmente se essas escolhas afectam pessoas... E principalmente quando não nos conseguimos explicar a nossa decisão. Será um feeling? Mas achamos sempre que são os outros que estão errados. Não nos damos ao trabalho de parar e pensar. E se eu for eu a estar errada? E daí tirar as devidas ilações. Mas é complicado. E por vezes sentimo-nos completamente sós nas nossas decisões. Mas a verdade é esta: Tenho que estar consciente do que decidi. Assumir as consequências. E acreditar que foi este o melhor caminho.

27.10.05

Pessoas

A diferença

Há dias que custam mais que outros. Quando chegamos ao fim de um dia e tentamos fazer uma análise construtiva de tudo o que nos aconteceu... por vezes sentimo-nos defraudados com esse dia. Pelo mau tempo ou bom tempo, por tudo o que fizemos ou não fizemos, por onde fomos ou não fomos ou pelas pessoas que se cruzaram no nosso caminho.

E às vezes esperamos que os outros façam aquilo que nós faríamos na mesma situação ou que adivinhem o que estamos a pensar que gostaríamos que eles fizessem. Criamos expectactivas. Criamos ilusões... Mas as pessoas são diferentes... às vezes para melhor outras para pior... ou simplesmente diferentes. E é isso que faz girar o mundo.

24.10.05

liberdade

Até onde chega a nossa liberdade? Até onde somos realmente donos de nós, inclusivé da nossa própria vida? Poderemos realmente decidir se queremos viver ou não? E decidir se alguém deve viver ou não? Liberdade de escolha! Mas será que existe? Todas as nossas escolhas acabam condicionadas por factos, acontecimentos ou sentimentos. Até que ponto sabemos realmente o que é viver? E nos sentimos donos da nossa vida. "Se alguém se tenta matar e sobrevive não é acusado mas se alguém que não consegue suicidar-se sozinho pede ajuda é crime" Onde está a moral de tudo isto? Ou melhor, a verdadeira razão. Poderemos nós decidir o que faria outra pessoa? Poderemos nós sentir o que sente quem deseja morrer? Compreender, sequer?

20.10.05

Luz

Talvez que noutro mundo, noutro livro,
tu não tenhas morrido
e talvez nesse livro não escrito
nem tu nem eu tenhamos existido

e tenham sido outros dois aqueles
que a morte separou e um deles
escreva agora isto como se
acordasse de um sonho que

um outro sonhasse (talvez eu),
a talvez então tu, eu, esta impressão
de estranhidão, de que tudo perdeu
de súbito existência e dimensão,

e peso, e se ausentou,
seja um sonho suspenso que sonhou
alguém que despertou e paira agora
como uma luz algures do lado de fora.


Manuel António Pina

O Recreio

Na minha Alma há um balouço
Que está sempre a balouçar ---
Balouço à beira dum poço,
Bem difícil de montar...

E um menino de bibe
Sobre ele sempre a brincar...

Se a corda se parte um dia
(E já vai estando esgarçada),
Era uma vez a folia:
Morre a criança afogada...

Cá por mim não mudo a corda,
Seria grande estopada...

Se o indez morre, deixá-lo...
Mais vale morrer de bibe
Que de casaca... Deixá-lo
Balouçar-se enquanto vive...

Mudar a corda era fácil...
Tal ideia nunca tive...

Mário de Sá-Carneiro

Individualidade

Hoje sei que dependo de mim. Que sou eu que decido. Direita ou esquerda? Preto ou branco? Que preciso gostar de mim. Nem sempre soube isso. Nem sempre me disseram isso. Nem sempre me senti assim. A minha opinião é importante. O mundo gira. E eu giro com ele. Não podemos ter medo do que não sabemos. Do que não conhecemos. Percorrer o caminho que se cruza à nossa frente. Não podemos viver em função dos outros, do gosto dos outros, da opinião dos outros. Não podemos esperar sempre por alguém. Mas esperar por nós.

19.10.05

Se todos gostassemos do amarelo, o que seria do azul?

Hoje foi um dia estranho. Muitas ondas negativas no ar à minha volta. Chegou o inverno. A chuva. O frio. Sinto-me bem. Nem sempre se consegue explicar porque estamos bem. Mas em vez de pensar que chegou a noite escura penso só que a lua vem brilhar mais cedo. Chegou o frio. E com ele, o cheiro da lareira, das castanhas, o chocolate quente na praia deserta ao luar, o som da chuva que bate no vidro, o cheiro a terra molhada... Gosto do frio quando é aquecido. Mas não podemos gostar todos do mesmo... ou será que podemos?

Jack & Sally

Porque sim.

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Ricardo Reis

14.10.05

É o pais real!

Há coisas que não se compreendem... cheguei à triste conclusão que neste país todos devem alguma coisa a alguém. Dinheiro, amizade, lealdade, justiça, piedade, tranquilidade, qualquer coisa... ninguém respeita ninguém. Achamos que sabemos quem está ao nosso lado mas na primeira oportunidade seremos desiludidos. Porque esperamos sempre mais, porque queremos sempre mais. Ou mesmo porque achamos que merecemos mais. Mas não. Qualquer pessoa pode dar discursos de moral e bons costumes. Acha que está acima dos outros, que sabe mais e que pode mais. Estamos em crise. Crise de valores, diria eu. De príncipios. Uma sociedade orfã de pai e de mãe. Sem rumo. Porque somos atropelados a cada passo que damos. Porque se perdeu o respeito por tudo o que merece respeito. Porque só nos revelamos em momentos de crise. E a nossa sociedade está em crise. Acho que poderíamos mesmo dizer que estamos no período da depressão. Todos estamos deprimidos, seja porque não temos tempo, porque não temos dinheiro, porque não temos o que queremos e o que achamos que precisamos. Nunca estamos felizes. Não sabemos dar valor ao que realmente temos. Viver o hoje e não o ontem ou o amanhã. E aprender que "a felicidade é uma viagem e não um destino".

A negatividade

Porque somos sempre tão negativos em tudo o que sentimos? Como é que se gera a negatividade? É simples. Tornamo-nos infelizes quando achamos que alguém se comporta de um modo que não gostamos ou que algo acontece que não gostamos. Mas nem sempre acontece tudo o que desejamos ou que não desejamos e muito menos da forma como o desejaríamos. E logo criamos a nossa tensão interior. Uma estrutura física e mental cheia de negatividade. E estamos infelizes.
E esquecemo-nos que vivemos em sociedade e temos que lidar com os outros e quando experimentamos sentimentos de agitação, irritação, desarmonia ou sofrimento não mantemos esses sentimentos só para nós. Transmitimo-los a quem nos rodeia. E no fim todos ficamos irritados.
Mas todos procuramos o que faz falta nas nossas vidas, paz e harmonia.
É necessário enfrentar o problema. Sempre que um pensamento negativo surgir na na nossa mente, "observamo-lo" e "enfrentamo-lo" e assim que temos consciência do que ele nos provoca, o mesmo começará a perder a sua força. Simplesmente deixamos de lhe dar importância. Relevamos. Passamos à frente. E Lentamente ele desaparece e é neutralizado. É apenas uma questão de treino... E se calhar todos seríamos mais felizes!

8.10.05

Ha dias assim...

...em que queremos explicar o que sentimos e não conseguimos. Em que sabemos coisas que preferíamos não saber. Em que nos sentimos desiludidos porque o mundo é assim mesmo e não de outra forma. Porque as pessoas têm formas de ser diferentes. Porque acreditamos no que queremos acreditar porque nos faz sentir bem e não porque devíamos mesmo acreditar. Porque sentimos o que não queremos por quem não queremos no momento errado. Em que tudo gira à nossa volta e continua a girar aconteça o que acontecer. Porque somos diferentes mas acreditamos que somos iguais. Porque o relacionamento humano não, nunca foi nem nunca será fácil... Porque cda vez mais só pensamos na felicidade pessoal. Porque não nos comprometemos com nada. Porque não acreditamos em nada. Com convicção. Porque não é importante o que os outros sentem mas o que eu sinto. Porque não nos ouvimos uns aos outros e também não queremos ouvir. Porque somos assim e não de outra forma. Cada vez menos se acredita nas pessoas. Como pessoa. Com valores e princípios. Com direitos e deveres. E a palavra confiança tem cada vez menos peso nas nossas vidas. Andamos aqui. Estamos aqui.

12.9.05

A loucura do cinema

Fui ao cinema. Gosto de ir ao cinema. Gosto mesmo muito de ir ao cinema!... mas alguém me consegue explicar a nova moda de falar alto nos cinemas? Tal e qual como se estivéssemos em casa, na nossa sala, no nosso sofá e a comentar o filme com quem está ao nosso lado... Onde está o prazer de ir ao cinema e vermos o "nosso" filme, vermos o filme da forma como o interpretamos e sentimos só para nós! Escondidos no nosso silêncio, no nosso pensamento sem interferências exteriores... E depois sair do "nosso escurinho do cinema" e aí sim... falar, descrever ou partilhar tudo o que vimos, sentimos ou, até simplesmente, não sentimos!